Acordo cedo, como tem sido hábito, arrumo a tralha e sigo viagem.
A manhã fez-se muito bem, pois nem subidas nem descidas, sempre plano durante 40km. Depressa cheguei onde tinha planeado, a Móron de lá Frontera. Ao entrar na localidade passo por um mercado onde decido comprar fruta. Enquanto descasco uma tangerina, uma senhora espanhola põe conversa comigo e faz as perguntas típicas, de onde venho, para onde vou, onde durmo, onde como, quanto gasto, média de km por dia, etc. Passado um pouco já está a tirar notas, o meu nome, o meu site, entre outras. Junta-se à conversa mais duas pessoas e volto a responder ao mesmo.
Passo pelo centro histórico e na periferia da cidade faço o meu almoço.
Enquanto preparo o refogado, aproximam-se dois agentes da “Guardia Civil”, curiosos com o espalhafato de coisas que tinha em cima do muro onde estava a preparar o almoço, pois tinha-se aberto o detergente da loiça e tive de tirar tudo para fora e limpar. Mas vinham em paz, novamente as perguntas típicas e ficaram muito admirados com o meu refogado que hoje teve direito a um tomate, comprado no mercado. No fim informam que o número direto para eles é o 091. Gracias Senhor da Guardia Civil.
Depois do almoço segui na esperança de fazer outros tantos quilómetros, mas como nem tudo são rosas, à tarde já apareceram as famosas subidas. Talvez 1/4 do dia de hoje foi feito a andar a empurrar a bike.
Volto a pesquisar por parques de campismo no GPS e este indica-me um no local que tinha definido como meta para hoje, em Algámitas. Mas antes de lá chegar, muita subida, muito calor e sempre no meio de grandes campos de cultivo.
Vejo uma placa ” Algámitas -2km”, yes está quase. É aqui que se percebe que o psicológico conta muito, pois embora viesse cansado estes “últimos” 2 quilómetros foram feitos sem parar! Chego à aldeia e pergunto por “el camping”. O senhor olha para o meu estado e para o atrelado, levantasse da cadeira, põe as mãos na cabeça e diz “Camping? Ui madre mia, arriba 5km!” e aponta para um brutal dum monte lá ao fundo. Pensei para mim “o que são 5km depois de 90?” e lá fui eu.
Depressa percebi a preocupação do espanhol. Sempre com a bicicleta à mão, demorei duas horas a chegar ao parque. Nos últimos dois quilómetros a inclinação era tal que tinha de empurrar a bike em bicos dos pés! Sem palavras…
A vista, claro, é fantástica, mas para lá chegar vai lá vai! Na receção pergunto a que altura estamos, 850 metros!!!
Fiz um amigo, um gato espanhol que só queria mimos.
Ao acordar pude disfrutar de um nascer do sol magnífico, o melhor até ao momento.
Fica o video.
Grande Pedro!
És o maior! Grande ideia! Força nisso, estou a gostar de te acompanhar na tua aventura!
Tira fotos com umas espanholas giras :) só para a foto para a malta ver claro, peço desculpa à tua esposa :)
Grande abraço,
Telmo Costa
Que grande artigo!
Adorei a seta e o nascer do sol..
Para não falar na foto no meio do feno (palavras para quê!)
Belas aventuras meu caro.
Abraço e boa continuação