Estufas

Continuo pela costa mediterrânea espanhola. As estradas planas foram sol de pouca dura, pois o sobe e desce continua.

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Na costa, tirando de vez em quando um miradouro com uma bela vista para o mar ou outra praia inacessível de um azul claro, a paisagem não é das mais bonitas, esperava mais.

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Entre Málaga e Almería, encontram-se muitas estufas, demais até, contaminando a paisagem e criando uma imagem pouco bonita.

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Muitas já em abandono, com o plástico ressequido a esvoaçar ao sabor do vento, para não falar na quantidade de lixo que se encontra entre elas. Percebi de relance que se dedicam ao cultivo de tomate cherry, pimentos e beringelas, mas há mais que não consegui identificar.

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Tirando isso, vale-nos o mar que não desilude.

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Apanhei muito vento. Quando vem de trás até ajuda a subir, cheguei mesmo a subir de mudança para acompanhar a força do vento, mas quando vem de lado ou de frente é muito mau. Houve duas rajadas que me iam pondo no chão.

Vi dois veados (ou algo parecido), um deles tão perto da estrada que até estranhei. Fui atrás dele para tirar uma foto mas fugiu direito à falésia, quando lá cheguei nunca mais o vi.

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Durante todo o dia, as nuvens escuras perseguiram-me e conseguiram apanhar-me no final do dia. Equipamento da chuva colocado e segui. Parou de chover, tirei o casaco, começou a chover, vesti o casaco, parou de chover e já não tirei o casaco. Mais uma hora de caminho e a chuva sem dar sinal de parar decidi ficar num hostel excecionalmente.

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Mas antes, a certa altura, abrigo-me da chuva debaixo se uma varanda juntamente com um espanhol que me fez as perguntas típicas. Perguntei-lhe se havia um parque de campismo perto. Responde-me que sim, mas que me dava alojamento ao pé do cavalo que tinha no quintal. Na dúvida se me estava a oferecer ou a vender alojamento, pergunto-lhe “Quanto vale?”, 20 euros, diz ele. Por este preço fiquei no hostel. Disse-lhe que não e arranco. Lá do fundo ainda pergunta ” Tenho marijuana, quieres?”. Foi coisa que já me tinha ocorrido, entre tanta estufa não é de estranhar que lá pelo meio se encontrem umas plantações ilegais.