E134 é o número da estrada que nos leva até à floresta encantada da Noruega. Mas tem este nome? Não, eu é que lho dei após ficar maravilhado com cada pedalava que dava.
Montes enormes preenchidos com árvores muito altas criando um envolvente muito verde, cascatas um pouco por todo o lado e no vale, junto à estrada, rios, ribeiros, riachos e lagos. Água por todo o lado.
Existem muitos sinais de trânsito a avisar de zonas com alces, mas ainda não vi nenhum. Com toda esta floresta, os noruegueses contam que lá existem trols gigantes e são várias as histórias à volta deste ser mítico.
A primeira vez que tomei banho num rio da Noruega, apenas aguentei três minutos dentro de água. É muito fria e parte dela vem da neve que ainda derrete dos topos das montanhas. Uma particularidade desta altura do ano é ser de dia até às 23h e o sol nascer às 4h da manhã.
No quarto dia a caminho de Preikestolen, ou no segundo dentro da floresta, começou o tormento ao deixar esta estrada e percorrer a estrada que liga Nomeland a Suleskar. E foi aqui que a Noruega revelou o seu melhor, montanhas, paisagens de tirar o fôlego e com ela muitas subidas. O problema nem foram as subidas, mas o mau tempo durante dois dias, principalmente no primeiro. Chuva, frio, vento, nevoeiro e um sobe e desce até aos 1000 metros de altitude. Nas últimas cinco horas a pedalar, percorri a estrada rodeado de neve e já não sentia a ponta dos dedos. Talvez por isto, por querer sair dali o mais depressa possível, pedalei nove horas neste dia, batendo um novo recorde. Claro que a paisagem era magnífica, mas não a desfrutei no seu melhor, devido ao mau tempo, principalmente pelo nevoeiro.
Pelo caminho muitas ovelhas pastavam livremente no meio daquele temporal, muitas delas descansavam até no meio da estrada.
O Joonas, que conheci na Suécia, bem me avisou dos mosquitos da Noruega, são uma praga! Até aqui, para mim mosquitos era uma melga ou outra que entrava dentro da tenda e punha-se a picar. Aqui não, são pequenos insectos, aos milhares, que se colam ao corpo com uma rapidez e dão uma comichão terrível. A juntar a isto, uma tenda molhada, grande parte da roupa húmida e um saco cama molhado, estes dois primeiros dias na floresta foram sem dúvida os mais difíceis até agora, tanto fisicamente como psicologicamente.
De qualquer maneira, a Noruega é um destino muito interessante e merece uma visita, mas de preferência num dia de sol!