Ao sair do hospital, decidi ficar mais uma noite, não só para finalmente conhecer a cidade, mas para perceber que realmente estava tudo bem e que podia continuar.
Ao chegar ao hostel, após reservar a noite, encontro dois portugueses, o Ricardo que é meu vizinho, é de Ourém e o David que trabalha no hostel e está na Alemanha há 40 anos que curiosamemte também é de uma localidade que me é familiar, junto a Vale do Açor, Coimbra. Estivémos à conversa um pouco e logo depois conheci a Débora, também portuguesa e funcionária do hostel. Todos muitos simpáticos.
Assim que o David saiu do trabalho, pergunta-me se não quero ir com ele de bike pela cidade para uma visita guiada. Obviamente aceitei e não podia ter escolhido melhor guia.
A cidade é grande, mas mesmo assim deu para conhecer os pontos principais desta cidade portuária. Passámos por vários parques, pelo porto, com as suas grandes infraestruturas de reparação de navios, pelos antigos armazéns que hoje exibem o que em outros tempos armazenavam, desde bananas a tapetes da Pérsia. Atracado a uma das margens encontra-se um submarino e um fragata portuguesa que foi trazida e recuperada em Hamburgo, pois foi ali construído há muitos anos.
A cidade foi reconstruída quase na totalidade, na época da peste negra e mais tarde depois da guerra e devido a isto, os locais originais de Hamburgo passam despercebidos ao turista, mas que o Davide me fez questão de mostrar.
Contornámos a casa da Música, ainda em construção, uma obra que já ultrapassou o orçamento nuns bons milhões de euros. Quando terminada será o símbolo da cidade. Houve ainda tempo para passar por vários parques da cidade, onde o David me explicou que Hamburgo tem mais pontes que Veneza.
Muitas ciclovias e a bicicleta é sem dúvida o melhor meio para visitar Hamburgo. De seguida subimos o rio de barco e regressámos ao centro novamente de bike.
Por fim visitámos St. Paulie, um local de ponto de encontro de muitos jovens e espectáculos alternativos.
Hamburgo é uma cidade renovada com boa cara, mas consegue manter a história de outros tempos, principalmente a história enquanto cidade portuária. Oferece muitos espetáculos diários, assim como museus interessantes. Destaco o museu da miniatura, que infelizmente não visitei, onde mostra o mundo inteiro em miniatura. Um trabalho que continua em desenvolvimento e que merece sem dúvida uma visita. Só depois de ver imagens percebi o que tinha perdido.
O dia terminou em casa do David a jantarmos pizzas e acabei por lá dormir.
Obrigado David pela simpatia e hospitalidade!