Ao partir de Preikestolen, decidi ir até a uma cidade alemã perto da fronteira com a Holanda, para continuar o regresso de bike até casa. Assim, descansei as pernas que ainda estavam doridas das caminhadas a pé até Kjerag e Preikestolen, evitei o mau tempo no norte da Europa e não percorri o mesmo caminho para trás, coisa que não gosto nada de fazer e de qualquer maneira, para mim, aqueles países estavam visitados.
Para chegar a Osnabrück na Alemanha, precisei de apanhar um barco desde Tau (Noruega) para Stavanger (Noruega), outro barco de Risavika (Noruega) para Hirtshals (Dinamarca), numa viagem noturna de 11h, dois comboios até Fredericia (Dinamarca), um autocarro até Flensburg (Alemanha) e por fim cinco comboios até Osnabrück (Alemanha). Ao todo 26h30 de viagem, para percorrer cerca de 1000km.
Pelo meio, numa das estações cruzei-me novamente com dois cicloturistas que também vieram no barco comigo, onde só aí conversámos. O Fanta e a Boran são da Coreia do Sul e viajam pela Europa. Have a nice trip!
Dois dias de pedaladas e entrava na Holanda, para no dia seguinte chegar a Amesterdão, onde há duas coisas que saltam logo à vista, aliás, um salta à vista e outra ao nariz. Falo das milhares de bicicletas que por lá circulam e da “erva” que é consumida de forma legal, vendida nas famosas “coffeeshops”, não fosse Amesterdão conhecido mundialmente por isso e não só.
As bicicletas andam nas suas próprias vias, mas são tantas que é impressionante como não se tocam em ultrapassagens e cruzamentos, pois a juntar à festa, nessas vias também andam motas e “papa-reformas”, que só no último segundo se desviam uns dos outros!
Não perdi muito tempo na capital da Holanda, mas deu para perceber que é uma cidade bonita, com os seus canais de água a serpentearem-na e com muitos turistas ansiosos em experimentar coisas novas. A principal razão de ter aqui vindo, foi para lavar toda a roupa que tinha numa lavandaria, pois estava húmida ainda da Noruega e ter uma noite diferente das que tive até ali, dormindo num hostel, descansado e seco! Aqui conheci o Miguel, lisboeta, que estava à procura de trabalho. Infelizmente esqueci-me de tirar uma foto. Boa sorte Miguel!
Ao sair de Amesterdão, a paisagem já foi mais do meu agrado. Nos arredores encontram-se muitas vilas com todas as casas bem cuidadas, jardins bonitos e muitas rodeadas de água, pois são inúmeros os canais de água na Holanda, formando um cenário interessante.
Mais à frente, conversei com um holandês, que regressava a casa e enquanto pedalávamos, disse-me que ia passar em Gouda, de onde vem o queijo. Curiosamente tinha um na mala e assim fiquei a saber a sua origem.
Todo o país é plano e perfeito para andar de bicicleta. Junta-se a isso ciclovias impecáveis e bastante sinalização e temos o país número um, dos que visitei, para os ciclistas, ou como alguém me disse, o país mais “bike friendly”.
Passei também por Roterdão, onde percebi que existe um rio que é atravessado por duas autoestradas e possivelmente as bikes não passam. Pelo sim pelo não, decidi apanhar o comboio até à outra margem e segui viagem, ficando a poucos quilómetros da fronteira com a Bélgica.