Os últimos dias na Polónia foram um misto de calma e sossego, devido aos extensos campos agrícolas e florestas, com uma certa tristeza, pelo tempo sempre cinzento. Quando o sol consegue romper o manto cinzento que teima em cobrir o céu, sinto em mim algo de bom. A presença do sol é muito importante e só o facto de ele lá estar a brilhar para mim, o dia já está a correr bem!
Em Brytin Odrzański, conheci um alemão de 65 anos que, Kurt Ebmann, a percorrer o rio Oder, que não só passa, pelo menos na Alemanha e Polónia, como serve de fronteira entre estes dois países. Trocámos algumas ideias e deu-me dicas para quando chegar à terra da Merkel.
Também aqui almocei, na praça desta localidade e aproveitei para conhecer um pouco.
Ao seguir viagem, passei por uma fábrica que faz bonecos de todos os tamanhos e feitios. Como demostração tinham um pai natal enorme sentado num contentor.
As noites foram passadas acampado entre árvores nas várias florestas desta zona, mesmo no meio da natureza. É o local ideal para ter uma boa noite de sono.
De vez em quando umas estradas entre árvores muito agradáveis de percorrer.
Ao chegar a Zielona Góra, passei pelo centro da cidade onde descobri mais gnomos, aliás, neste caso não eram gnomos mas o Baco, deus grego do vinho, em várias formas.
O dia ameaçava chover e embora já tivesse feito quilómetros suficientes neste dia, decidi continuar, sair da cidade e encontrar um bom local para pernoitar. Mesmo à saída, pára um carro e sai o Wojtek, polaco de 26 anos. Ao ver-me e perceber que estou em viagem, oferece-me alojamento para aquela noite. Mais uma vez, alguém que também já viajou de bike e percebe o bom que é ter um bom banho no final do dia e um bom local para dormir.
Muito simpático, explicou-me que tinha um aniversário nessa noite e convidou-me a ir também. Aceitei. Depois de um bom banho, fomos até à casa da namorada Anna, que fala espanhol, onde ajudei a fazer uma tarte para a festa.
No aniversário da Agata, não podia estar com melhores pessoas. Boa disposição, alegria e muitos brindes. “Nasdrovia”, foi a palavra mais ouvida da noite, seguida de um brinde com vodka.
À entrada não se acreditavam que tinha vindo de bicicleta até ali desde Portugal. O Grzegorz ao saber que era português, achou-me parecido com o Luís Figo e fui o Figo o resto da noite.
O Arek, namorada da aniversariante, percebe de cozinha e preparou todo aquele manjar, até houve direito a uma especialidade vietnamita.
A boa disposição reinou até ao fim e só posso agradecer a todos pela noite bem passada. Não podia terminar a Polónia de melhor forma.
Nasdrovia Wojtek, Anna, Grzegorz, Kasia, Agnieszka, Agata, Arek, Artur, Magda, Ola e Eva!
Força Pedro…