Após a Serra da Estrela, olhámos para o mapa e traçando uma linha da Serra até casa, o caminho nada tinha a ver com o sugerido por várias pessoas, que diziam para irmos por Coimbra. Não seguimos os conselhos e mais tarde percebemos porquê. Foi um dia de sobe e desce pelas serras, atravessando Arganil, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Penela e por fim Alvaiázare.
Em Góis acertámos em cheio com a concentração internacional de motos que ali se realiza todos os anos. As estradas de curva e contra-curva faziam as delícias dos motards mais aventureiros e vimos muitos a fazerem “razias” nas curvas colocando-se em perigo e aos que vinham em sentido contrário. A localidade estava completamente cheia de motos e não tivémos outra opção senão sair dali, pois tencionávamos almoçar por lá com os meus pais, que entretanto chegaram. Vieram acompanhar-me nesta reta final e fizeram de carro de apoio durante todo o dia. O almoço foi à saída de Góis ainda na floresta.
Só a partir de Penela é que a estrada começou a ficar maioritariamente plana, pois até ali foi sempre no sobe e desce, mas o cheirinho a casa já era mais forte e por maior que fosse a subida já não interessava.
Passámos por um fogo, que com a quantidade de fumo que andava no ar, dificultou a respiração durante algum tempo. Fez-me pensar que ao longo destes 18 países nunca vi um fogo desta maneira. Parece que só em em Portugal, é que as beatas de cigarros, “acidentalmente” queimam florestas inteiras…
O penúltimo dia acabou em Alvaiázere numa pensão, onde também jantámos todos juntos. Os meus pais voltaram para casa e o dia seguinte seria o último desta viagem. Estava apenas a 40km de casa!
Sempre a ocultar o lugar onde estava e a tentar dar a ideia à minha amada que ainda estava em Espanha, pois queria-lhe fazer uma surpresa, mal eu esperava o que ia acontecer no último dia, que começou com a chegada de mais dois amigos do pedal. O Duarte e o Frederico, juntaram-se ao Filipe que já me acompanhava desde Vilar Formoso. Não podia ser escoltado de melhor forma até casa.
O último dia começou tarde, pois ao pequeno-almoço passámos algum tempo na conversa, de volta das peripécias da viagem. Seguimos num ritmo rápido, ou a mim me parecia rápido e logo chegámos a Caxarias onde almoçámos. Estava mesmo mesmo quase!
Ao continuar, fomos pela Gondemaria, passando ao lado de Ourém e assim que entro na estrada principal que liga Ourém a Leiria, um nervoso miudinho começa dentro de mim, uma sensação que não consigo explicar, um misto de alegria por estar a chegar a casa com saudades com uma euforia de dimensões inexplicáveis. Estou a menos de um quilómetro da terra que me viu nascer e o coração dispara, até que ao entrar na Loureira, os meus companheiros me desviam para outro caminho. Mau! Pensei eu, já me estão a lixar. Obrigaram-me a segui-los caindo por terra a minha intenção de atravessar a Loureira a tocar à campainha, anunciando a todos que tinha chegado. Mas o desvio, como logo se percebeu, era uma receção surpresa, onde o surpreendido fui eu com cerca de 50 pessoas à minha espera a aplaudir a minha chegada, todos vestidos com as mesmas t-shirts que na frente tinha estampado o meu percurso pela Europa. Com direito a champanhe, música e decoração própria, o parque de merendas do Vale Maior (lugar muito querido para mim) foi o local que marcou o fim desta viagem, onde num evento organizado por amigos, familia e claro a minha esposa, pude agradecer a todos por lá estarem e por tudo o que fizeram, de uma forma ou de outra, durante a viagem.
Obrigado a todos do fundo do coração, aos presentes e a todos os outros que queriam estar presentes, será um dia que tão depressa não esquecerei!
E agora? Agora logo se verá, se há coisa que aprendi com esta viagem é que o Universo encarrega-nos de guiar pelo caminho certo. Basta estarmos atentos! :)
Ate deu pra ter a lagrima no olho ;) muitos parabens primo. Beijos
parabens!! ate me chegaram as lagrimas aos olhos !! que sejas bem vindo à tua casa! agora descansa as pernas …. mas não por muito tempo lol
Parabéns, Pedro! Grande viagem!
Viva Pedro, à conta de um primo teu soube da tua iniciativa / aventura e foi com entusiasmo que fui seguindo a tua aventura. Estás de parabéns rapaz!!
És um exemplo como vale a pena sonhar e VIVER O SONHO.
Desejo-te toda a sorte do mundo neste teu regresso a Portugal. Continuas português… um português que foi ver com os próprios os olhos como é o Mundo lá fora.
Nada será como antes, será ainda melhor.
Um abraço!
Parabéns Pedro….gostei de acompanhar os teus posts ao longo da viagem….. um abraço
“Live a life you will remembre!”
… e se pudéssemos nascer de novo? E se pudéssemos romper a placenta que nos aprisiona em nós mesmos? Quebrar esta embalagem pouco colorida e ter coragem! Acabar com velhos conceitos e permitir ser conduzidos pelo coração. Ser como vento, ser levados para onde Deus quer, ser livres, criar um acesso, uma estrada que nos conduz a partes de nós, ainda por explorar.
Construímos a firme crença limitadora que esse caminho é só para uma mão cheia de pessoas especiais como tu. E quando vamos a ver, à milhares a fazer o mesmo. Andamos numa correria louca todos os dias. Parece que fazemos muitas coisas, mas na verdade, não saímos do mesmo sítio. E o que é preciso para darmos o salto quântico?
– CORAGEM, DESTREZA, PERSISTÊNCIA e DETERMINAÇÃO.
Vale a pena ser chicoteados pela chuva e pelo frio, no trilho de Preikestolen, para ver um Fiorde com 3 milhões de anos, não é? Vamos sentir saudades das tuas aventuras, que acabavam e recomeçavam a cada Post. Ficamos à espera do livro ou do filme… não temos pressa.
Muito obrigada por partilhares esses momentos sublimes da viagem: uma refeição, um por do sol, a tenda (T1), as descidas, as subidas,….as paisagens e as pessoas.
Esta viagem mudou a tua vida e também um pouco as nossas!
Filho agora mais do que nunca sinto imensas saudades tuas, gostava de te ter ao meu lado como quando eras criança,
Um grande abraço, e não te esqueças de nos visitar sempre que puderes.