Comecei a pedalar debaixo de fumo de um fogo que se avistava ao longe. Não se via chama só fumo e quanto mais andava menos se via o horizonte. Passado um pouco mais um ponto de fumo e outro e outro. Percebi que afinal não eram fogos, mas sim fogueiras feitas nas explorações agrícolas, possivelmente para queimarem lixo. Será que existe um dia da semana para o fazer?
Ao sair da nuvem de fumo, uma retroescavadora apanha-me e começa um despique entre máquina e bicicleta. A luta estava renhida até que aparece outra retroescavadora atrás de mim, também para entrar no picanço.
Esta segunda máquina fui sempre a topá-la no retrovisor, mas o desafio era com a da frente. Meia hora depois, ambas as máquinas lá se aperceberam que não conseguiam aguentar o ritmo da bicicleta que ia doida e encostaram na berma. Vitória para a bike. O prémio? Uma tshirt encharcada em transpiração! É o que dá em andar sozinho…
Seguiu-se uma subida valente e na descida encontrei uma pequena tartaruga na estrada! Como é que ela ali apareceu!?
Enquanto estou parado a fotografá-la, aparece o Carlos de bike, o rapaz que trabalha no parque de campismo onde fiquei na noite anterior. Estava a fazer o seu treino diário, pois é atleta de triatlo.
Disse-me que possivelmente a tartaruga era de uma reserva ali próxima. Tinha um sotaque meio português, pois já tinha trabalhado com brasileiros em tempos, o que facilitou a conversa.
Segui em direção a Mazarrón onde programei almoçar, mas a fome apertou e tive de parar antes de lá chegar.
Passei por fora de Cartagena, para tentar fazer uma linha reta até à costa, evitando aquele bocado de terra mar adentro. Terminei o dia em Los Alcázares, uma localidade com várias praias, inseridas numa baía interessante.
Acampei aí perto, no meio de umas canas, afastado do centro de Los Alcázares.