Portbou

Continuo em Portbou, Espanha, à espera do dia 17. Dia em que chegará o amigo Pedro para me acompanhar na viagem. Enquanto por aqui estou, os dias são passados na praia ou na praça perto da praia.

É uma localidade pequena com pessoas simpáticas. Começo a perceber as rotinas dos habitantes, desde levar as crianças à escola às 8h30, buscá-las às 17h, brincar com elas no parque, as caminhadas matinais, etc. Neste local existe também um posto de informações que disponibiliza gratuitamente internet e é onde me encontro alguma parte do tempo.

No topo de Portbou está uma igreja que se vê da praia. É o monumento/edifício que mais se destaca. Lá de cima tem-se uma visão geral da aldeia/vila.

Portbou, para além de ser uma localidade na passagem para a fronteira, tem uma estação de comboios, que não só chegam passageiros, mas principalmente mercadorias. Diria até que o forte são os comboios de mercadorias, pois vêem-se muitos e bastante compridos. Grande parte, carregados de automóveis novos.

O hotel principal, chama-se La Masia, fica perto da praia e o mais engraçado é ter um pinheiro a atravessá-lo.

Quando cheguei, a primeira noite foi passada na praia, onde pensei deixar a tenda para os dias seguintes, mas durante o dia começou a ser o centro das atenções e decidir desmontá-la. No final desse dia e em conversa com um camionista francês que passeava o seu cão, sugeriu-me que montasse a tenda retirado do centro, perto do campo de futebol. Assim o fiz. Após passar um túnel muito alto, onde por cima passa a linha do comboio, cheguei a uma espécie de um canal de água. Coloquei a tenda por debaixo de uma pequena passagem.

No dia seguinte, ao final da tarde veio uma ventania, ou como se diz na terra, levantou-se um pé de vento tão forte que tudo andava no ar, areia, plásticos, folhas. Decidi ir para a tenda mais cedo e pelo caminho pensei “Com este vento é uma sorte a tenda estar no mesmo sitio”. Estava espalmada no chão com uma vareta partida a uns metros à frente do local onde a deixei. Podia voltar a montá-la, mas com tanto vento, não iria passar uma noite descansado com a tenda sempre a abanar. Fui para um hostel e aqui fico as próximas noites. Em conversa com o dono do hostel disse-lhe que tem estado muito vento, ao que ele responde “Mucho? No, esto es normal!”.

Hoje na praça principal ou ” rambla”, como dizem por aqui, havia uma mini-feira. Vendia-se roupa, tachos, jóias, óculos de sol e flores. Era só escolher.